Segue abaixo entrevista cedida ao site Bolsa de Mulher pela Professora Maria Angélica Alcides, a qual eu tive o prazer de conhecer pessoalmente através de um curso. Seu trabalho junto ao projeto AFRODITE é uma referência nacional no assunto. Aproveite a leitura e elimine seus tabus!
No começo parece um incômodo, algo passageiro. Mas aquela dorzinha no ato sexual logo torna-se um grande problema na sua vida e o prazer desaparece. Ao contrário do que pode parecer, o vaginismo não é uma “frescura”, mas um distúrbio sexual grave, que - felizmente! - tem tratamento quando diagnosticado corretamente.
Cerca de 5% da população feminina já sofreu ou vai sofrer com algum grau de vaginismo, que é caracterizado pela contração involuntária dos músculos da região pélvica e do canal vaginal, que impossibilita a penetração. De olho no aumento dos casos, que subiram 80% de 2005 a 2010, o Projeto Afrodite, núcleo de sexualidade feminina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), criou o CATVA – Centro de Atendimento ao Vaginismo.
O vaginismo é dividido em 3 tipos: primário, secundário ou situacional, e que o distúrbio acontece por fatores psicológicos, que acabam interferindo na parte física da paciente. “É sempre muito importante desmistificar quaisquer fatores relacionados com o vaginismo”, destaca a coordenadora de fisioterapia do CATVA, Maria Angélica Alcides.
“O tratamento é sempre de caráter multiprofissional, com a presença de ginecologista especialistas em sexualidade, sexólogos, psicólogos especialistas em sexualidade e fisioterapeutas especialistas em saúde da mulher”, explica.
As classificações do vaginismo referem-se aos períodos em que as contrações se manifestaram. “Quando essa mulher sempre manifestou a dificuldade de ser penetrada, desde a iniciação sexual, chamamos de ‘primário’. O ‘vaginismo secundário’ é caracterizado quando essa mulher já teve momentos de atividade sexual normal com penetração peniana e por algum motivo ou trauma não consegue mais ter a relação com a penetração peniana”,
exemplifica Maria Angélica.
Há ainda o tipo situacional, quando a mulher apresenta episódios diferenciados quanto à presença de algum fator. “Pode ser por parceiro específico, tipo de objeto a ser penetrado (algumas dessas pacientes conseguem realizar exames ginecológicos e avaliação fisioterapêutica, por exemplo), local ou ambiente onde ocorre a prática sexual”, conta a fisioterapeuta.
O tratamento passa pela parte psicológica e pela fisioterapia. “Iniciamos o tratamento com sessões de relaxamento e conscientização corporal, fazendo com que essa mulher passe a se conhecer e a perceber as reações que estão acontecendo em seu corpo, para que essa possa começar a ter domínio sobre ele. É um tratamento que requer paciência de ambas as partes”, conclui Maria Angélica.
Fique atenta aos possíveis sintomas e procure seu ginecologista para ter mais informações caso identifique o problema.
- Fatores educacionais e/ou culturais: devido a uma criação repressora ou informações errôneas ou ausentes sobre relações sexuais;
- Religioso: onde o sexo é associado ao pecado (incontrolável sentimento de culpa);
- Dispareunia: dor persistente e recorrente ao ato sexual;
- Trauma sexual anterior: abusos ou estupros;
- Hostilidade à figura masculina: a paciente pode ter presenciado ou sofrido maus tratos durante a infância, adolescência ou até mesmo vida adulta;
É necessário ressaltar que nem toda dor durante o ato sexual pode ser levada ao Vaginismo... algumas pacientes possuem algum tipo de alteração devido a outros tipos de patologias!!
Link do site da professora Maria Angélica: Delírios e Deleites num Divã: Entrevista sobre Vaginismo para o site feminino Bo...:
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